Até 2 de fevereiro de 2024, no Mosteiro das Concepcionistas: Presépio Artístico em Campo Maior
Neste tempo de Natal, tempo em que celebramos com particular intensidade e grande admiração o mistério de um Deus que se faz homem para ser “Deus-Connosco” e fazer de nós “deus-com-Ele”, queremos convidar para visitar o nosso Presépio Artístico que está em exposição desde o dia 8 de dezembro até ao próximo dia 2 de fevereiro de 2024.
Este ano o presépio reveste-se de uma especial importância por estarmos a celebrar os 800 anos do presépio de Greccio, a primeira “representação” do mistério de Belém, feito por S. Francisco de Assis em Greccio. Assim, para assinalar de forma solene este acontecimento, o Santo Padre concedeu a possibilidade receber indulgência plenária, todo aquele que visite, contemple e reze (segundo a forma prevista para as Indulgências) diante de um presépio numa Igreja Franciscana, como é a nossa.
Para a nossa comunidade, que ao longo dos últimos anos tem investido neste trabalho do Presépio Artístico, é uma grande alegria poder celebrar desta forma este ano jubilar e poder partilhar com todos a grande riqueza que a Igreja oferece.
No âmbito deste centenário a Família Franciscana, assim como toda a Igreja, tem realizado várias iniciativas comemorativas. Neste sentido, está a decorrer em Lisboa, até ao dia 6 de janeiro, uma exposição de presépios. Esta exposição distribui-se por 3 museus (Seminário da Luz, Museu de Lisboa – Santo António e Museu do azulejo), sendo que os presépios expostos no museu de Lisboa e no museu do azulejo são presépios de colecionadores particulares, e os presépios expostos no Seminário da Luz são presépios pertencentes ao Concurso Nacional de Presépios promovido pela Província Portuguesa da Ordem Franciscana. A nossa comunidade, com muita alegria e unindo-se em comunhão à Ordem Franciscana, participou neste concurso com um Diorama que representa um pouco daquilo que tem vindo a ser o nosso trabalho comunitário nos presépios artísticos ao longo dos anos.

Esperamos sinceramente que este grande tesouro da indulgência que a Igreja oferece este ano possa chegar a muitas almas e que neste Natal nasça Jesus verdadeiramente no meio de nós. Que a beleza de cada presépio nos revele a verdadeira Beleza d’Aquele que tudo criou. Um Santo Natal!

A Comunidade

Descrição do presépio de Greccio por um biografo de S. Francisco:

Mui digno de piedosa e perene memória foi o que ele fez três anos antes da sua gloriosa morte, perto de Greccio, no dia da Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vivia nessa comarca um homem, de nome João, de boa fama e melhor teor de vida, a quem o bem-aventurado Pai queria com singular afeição, pois sendo ele de nobre e honrada linhagem, desprezava a prosápia do sangue e aspirava unicamente à nobreza do espírito. Uns quinze dias antes do Natal, Francisco mandou-o chamar, como aliás amiúde fazia, e disse-lhe: «Se queres que celebremos em Greccio o próximo Natal do Senhor, vai imediatamente e começa já a prepará-lo como vou dizer. É meu desejo celebrar a memória do Menino que nasceu em Belém de modo a poder contemplar com os meus próprios olhos o desconforto que então padeceu e o modo como foi reclinado no feno da manjedoura, entre o boi e o jumento». (…)
E o dia chegou, festivo, jubiloso. Foram convocados irmãos dos vários conventos em redor. Homens e mulheres da região, coração em festa, prepararam, como puderam, círios e archotes para iluminarem aquela noite que viu aparecer no céu, rutilante, a Estrela que havia de iluminar todas as noites e todos os tempos. Por fim, chega Francisco. Vê que tudo está a postos e fica radiante. Lá estava a manjedoura com o feno e, junto dela, o boi e o jumento. Ali receberia honras a simplicidade, ali seria a vitória da pobreza, ali se aprenderia a lição melhor da humildade. Greccio seria a nova Belém.
(…) é celebrado o rito solene da Eucaristia sobre a manjedoura, e o sacerdote que a celebra sente uma consolação jamais experimentada.
Francisco reveste-se com os paramentos diaconais, pois era diácono e, com voz sonora, canta o santo Evangelho. A sua voz potente e doce, límpida e bem timbrada, convida os presentes às mais altas alegrias. Pregando ao povo, tem palavras doces como o mel para evocar o nascimento do Rei pobre e a pequena cidade de Belém.
(…). Terminada a solene vigília, todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria. (Tomás de Celano, Vida Primeira (1 C 84-86))
sexta-feira, 21 de abril de 2023